domingo, 10 de junho de 2012

Sobre meu sorriso

Ela falou alguma coisa sobre meu sorriso e depois parou, como se não quisesse dar pano pra manga. Mas logo depois me abraçou e me segurou de um jeito que parecia dizer "não quero te perder". Foi erro meu não te avisar, que eu era profundo demais, não sei me segurar. Se eu acho que está tudo bem, está e pronto. Não gosto de discutir esse tipo de coisa, se me sinto bem está tudo bem, é egoísmo e eu sei. Agora, se você quer ignorar, fingir que não aconteceu, tudo bem. Eu entro no seu jogo e faço parecer que isso tudo é sem segunda intenção nenhuma. Você finge que não percebe e eu finjo que não estou fazendo, simples assim. Como foi simples para você fingir que desde o começo eu já não estava aos seus pés, deixa estar. Mas meu erro foi não te avisar que eu ia longe demais. Eu sei que erro demais, e assumo demais os meus erros, nem tento disfarçar. É um pouco assim que você gosta, mas não demais. É alguém querer ser dono de alguém e nunca deixar de ser, é ter presença no pensamento mesmo que não haja mais presença, é um pouco de tudo e também não é nada demais.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vira e mexe

Vira e mexe a gente cospe pra cima, e sempre acontece, é inevitável. Sempre fazemos algo que lá pra frente volta pra gente, um dia da caça outro do caçador. É ação e reação, até parece armação, mas não é. É energia, o que você emite você recebe, pode até rolar aquele atraso, mas não é como menstruação, pois quanto maior o tempo de espera maior o alívio e a esperança de que nada aconteça, mas acontece. É inevitável.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Vai e volta o chão foge de mim. É bem instável, como eu, essa sensação de todo dia ver você escapando em meio a meus dedos. Enquanto isso ela também corre de dentro dos meus olhos, a lágrima, fugindo de um lugar que já é inabitável, meu coração. Ela foge pois não aguenta mais tamanha tristeza.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Me espere

Me espere ali, que eu já vou te buscar. Encontre algum lugar seguro se a chuva chegar. Estou levando seu doce predileto e toda minha atenção, meu tato e meu faro. Já consigo te ver daqui, estou te levando rosas e o coração, na mão. Cheguei, cadê você? Não pôde me esperar eu sei, antes se apaixonou pelos meus erros, agora torna tudo mais difícil, desculpe se eu me atrasei demais.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Todos seus sonhos estão perdidos, por aí. É você que deve correr atrás e encontrá-los.
Ph.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Esse gosto da verdade, é tão doce, até enjoa.
Prefiro de vez em quando o amargor da mentira, como um gole de qualquer coisa.


-x-


Agora esse Blog será só de pensamentos etc., criei um blog só para contos!

www.contosnervosos.blogspot.com

Quem passar por aqui de vez em quando fique tranquilo. Os dois serão atualizados, ou não. =)

sábado, 13 de dezembro de 2008

À meia-noite

Desde pequena era acusada de ser peluda. É, peluda. Desde os 5 anos de idade já possuía mais pelos no braço do que um rapaz de 16 anos poderia sonhar. E assim sempre era chamada, a peluda. Ela já nem ligava mais para as provocações, mas isso a machucava, não gostava de ser olhada daquela maneira quando ia à padaria, os clientes diziam a seus pais "tire esta criança daqui, que está a me dar nojo", e seus pais, sempre traumatizados procuravam algum meio de melhorar isso. Já perto de fazer 15 anos, ela fez um pedido aos pais, queria no dia de seu aniversário de 15 anos aparecer linda e sem pêlos por todo o corpo. Seus pais então lhe concederam esse pedido, uma semana antes a levaram para uma clínica especializada no assunto, onde até os médicos ficaram preocupados, abismados com a situação da garota. Já tinham visto algo parecido, mas igual, nunca. Enfim conseguiram deixar a garota com a pele em boa aparência sem pêlos, podia até se ver agora que o tom de sua pele era mais claro do que o imaginado.

A festa

Quando apareceu em sua festa, era lindo o vestido branco, os garotos que antes a zombavam estava até assim, meio sem graça. A devoravam com os olhos, perceberam até o seu decote, que mesmo com 15 anos já era de respeito. A festa acompanhava seu destino comum, o final. As músicas, os amigos, a família. O som era o brindar dos copos, a família brindava de meia em meia-hora, brindando a vitória, de transformar aquele dia em um dia especial para a filha. Tudo seguia em ordem, para a meia-noite estava marcada a valsa. Ninguém percebia mas durante a festa seu corpo estava sendo novamente coberto por pêlos. No primeiro acorde de sua valsa a peluda deu um grito de dor, caindo ao chão e sua boca sengrava. Havia em meio aos seus dentes um dedo. É, um dedo, ora bolas! Peluda estava devorando um dedo, como se devoravasse uma asa de frango. E quando levantou os olhos podiam vê-los vermelhos e seus dentes afiados, algo parecido realmente com um lobisomem, ou "lobislher". Desde então nunca mais ninguém entrou naquele buffet abandonado na Av. Joaquim Almeida, 66. Dizem que é mal assombrado pelas almas de todos os convidados daquela festa de 15 anos que foram devorados por um animal peludo qualquer.